EllaLink é o primeiro cabo de fibra óptica de alta capacidade a ligar América Latina e Europa, foi inaugurado na última terça-feira (1 de junho). O cabo possui 6 mil quilômetros de extensão, proporcionando um tráfego de dados a 72 Terabits por segundo (Tbps) e latência de 60 milissegundos.
“Foram dez anos de trabalho árduo, da ideia inicial ao dia de hoje, uma aventura humana que envolveu muitos profissionais, e agora vamos conectar os dois continentes pelos próximos 25 anos, por meio de uma infraestrutura moderna”, afirmou Philippe Dumont, CEO da EllaLink.
O cabo submarino foi instalado na área da Praia do Futuro e interliga Fortaleza à Sines, em Portugal. Com isso, o Ceará passou a ter 16 cabos submarinos em funcionamento, sendo o segundo maior centro de conexões submarinas por fibra óptica no mundo, ficando atrás apenas do Japão.
Os usuários vão se beneficiar da estrutura após operadoras de internet, bem como serviços de streaming, de nuvem e financeiros, como bancos e bolsas de valores, adquirirem parte da capacidade de tráfego. O cabo também será utilizado por instituições de pesquisa e redes corporativas.
A conexão entre América Latina e Europa por meio do EllaLink também oferece mais segurança na comunicação. Isso porque ele não precisará passar por equipamentos intermediários em território americano antes de seguir para o restante da rota.
O projeto, conta com o apoio da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e passará ainda pela Guiana Francesa, Ilha da Madeira, Ilhas Canárias e Cabo Verde. No Brasil, além da rota pela água, haverá conexões por terra que devem ligar o cabo a estados como São Paulo e Rio de Janeiro.
O Projeto BELLA (Building European Link with Latin America, na sigla em inglês) vai atender às necessidades de interconectividade de longo prazo das comunidades de pesquisa e educação da Europa e da América Latina. O BELLA está sendo implementado por um Consórcio de Redes Regionais de Pesquisa e Educação integrado por GÉANT (Europa) e RedCLARA (América Latina), que inclui Redes Nacionais de Pesquisa e Educação (RNIE ou NREN) de Chile, Colômbia, Equador, França, Alemanha, Itália, Portugal e Espanha, além da Rede Nacional de Pesquisa (RNP), ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia do Brasil.
A construção do cabo submarino teve um investimento privado de 150 milhões de euros (cerca de 1 bilhão de reais). A Comissão Europeia contribuiu com 25 milhões de euros e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) outros 8,9 milhões de euros.