Vemos continuamente o avanço da tecnologia nas mais diversas áreas: setor automobilístico, comunicação, mobilidade urbana, e muitos outros. Mas somos tentados a esquecer um outro aspecto muito importante deste avanço, a acessibilidade.
Neste artigo vamos contar pra você algumas histórias impactantes de pessoas que, por causa de suas deficiências, estão ajudando a construir um futuro mais acessível para as pessoas de todo mundo. Quem sabe você não comece a fazer parte desse grande projeto?
Jason Barnes é um jovem norte-americano que começou a tocar bateria mesmo antes de aprender a falar. “Eu lembro quando ele tinha dois anos de idade, sempre que colocávamos música para tocar, ele começava a batucar na cadeirinha, na mesa de jantar ou em qualquer coisa que estivesse ao alcance dele”, conta sua mãe.
Mas aos 22 anos de idade, Barnes sofreu um acidente elétrico e precisou amputar parte do braço. Mas cerca de 10 anos depois do acidente, a paixão pela música o levou a procurar uma solução.
Foi quando encontrou Gil Weinberg, um reconhecido roboticista, fundador e diretor do Georgia Tech Center for Music Technology, no Instituto de Tecnologia da Geórgia. Juntos, começaram a desenvolver um braço robótico baterista.
Em 2013, Barnes e Weinberg começaram a desenvolver o que hoje é o mais avançado braço robótico baterista do mundo. A versão mais recente do dispositivo utiliza uma plataforma de código aberto que é do próprio Google, e que serve para aprendizado de máquina, o TensorFlow.
Segundo Sarah Sirajuddin, líder de engenharia da equipe do TensorFlow do Google, a “tecnologia gratuita e acessível para todos acelera e aumenta a inovação”. Explica ainda que o objetivo do aprendizado desse tipo de máquina pretende fazer com que elas possam realizar tarefas que antes dependiam da inteligência humana, como a percepção visual, fala, tomada de decisão, entre outras.
Mas porque isso? Sirajuddin explica que o “objetivo é projetar algo tão fácil de usar quanto o Gmail”, pois “quanto mais acessível a tecnologia, mais as pessoas conseguem criar as próprias soluções”. Isso é uma ideia genial, pois ao invés de construir um protótipo sem experiências, o projeto evolui à medida que a pessoa que precisa do dispositivo vai experimentando e orientando os pesquisadores.
Esse tipo de iniciativa pode mudar a vida das pessoas de verdade. Nesse sentido, Jason Barnes deu um testemunho emocionante: “tive sorte de participar desse processo. Antes, sempre havia uma curva de aprendizado para eu me ajustar a um novo dispositivo. Mas agora, foi o dispositivo que se ajustou a mim”.
Com ajuda dessa tecnologia e do projeto braço robótico baterista, Barnes conseguiu realizar o sonho de criança. Hoje ele é um músico profissional e atua com o grupo de percussão Marching to Harmony, de Atlanta. Assim, transformou um enorme contratempo em sua vida num motivo para ajudar todo um campo de pesquisa.
Assim como Jason Barnes ajudou a desenvolver um braço robótico baterista, você e eu podemos ajudar a desenvolver alguma outra tecnologia que servirá para muitas outras pessoas.
A colaboração da comunidade é um aspecto fundamental para o desenvolvimento de novas tecnologias que atendam a necessidades específicas de pessoas com deficiência. Mas não apenas pessoas com tais necessidades podem colaborar.
Em 2018 deu-se início a um novo projeto, o Euphonia, onde milhares de pessoas gravaram mais de mil horas de amostras de suas respectivas falas. O objetivo é desenvolver uma tecnologia que ajude pessoas que têm dificuldade com a fala.
Contudo, ainda não existe o material necessário para completar o estudo. Por isso, a equipe do Project Euphonia está contando com a ajuda de parceiros do Instituto de Desenvolvimento Terapêutico ALS TDI, na coleta de dados.
Annie Jean-Baptiste, diretora de inclusão de produtos do Google, disse certa vez que “No fim das contas, são as pessoas que mudam o mundo. A tecnologia é apenas uma ferramenta que as ajuda a fazer isso”. A frase não poderia ser mais verdadeira.
Um estudo recente apontou que cerca de 1 bilhão de pessoas, o que representa mais de 15% da população mundial, possuem alguma forma de deficiência. Garanto que é muito mais do que você imaginava.
Porque essas pessoas não podem ter o mesmo acesso à informação, por exemplo, como as pessoas que não têm deficiência? Informação é sinônimo de independência e liberdade, e deve ser oferecida para todos.
Todos nós podemos ajudar de alguma forma. Você deve estar se perguntando como fazer isso, não é? Vai depender apenas de você. O Google está possibilitando diversos projetos com os quais você pode contribuir.
Um deles é justamente o Project Euphonia. Nele você pode gravar sua voa com objetivo de ajudar pessoas com dificuldade na fala a se expressar de forma mais clara para que os circunstantes consigam entender.
Além disso, você também pode contribuir com informações sobre a acessibilidade, de modo que o Google Maps seja ainda mais útil para as pessoas. Por fim, você ainda pode se unir ao Google para ajudar o Steps of Faith, que ajuda as pessoas com o fornecimento de membros prostéticos gratuitos.