Dinossauros: A Evolução do Sangue Quente Revelada

Cientistas espanhóis descobriram que dinossauros desenvolveram sangue quente para enfrentar mudanças climáticas causadas por atividade vulcânica entre 250 e 65 milhões de anos atrás. Espécies de sangue quente, como terópodes e ornitísquios, adaptaram-se melhor, explorando novos habitats e sobrevivendo a flutuações climáticas. Esse desenvolvimento é crucial para entender a evolução e os impactos atuais do clima na vida selvagem.
Publicado em Ciência dia 31/05/2024 por Alan Corrêa

Um estudo realizado por cientistas na Espanha revelou que os dinossauros desenvolveram sangue quente como uma resposta às mudanças climáticas ocorridas entre 250 e 65 milhões de anos atrás. Essas mudanças climáticas foram causadas por altos níveis de atividade vulcânica, que resultaram na liberação de grandes quantidades de gases de efeito estufa na atmosfera.

Os pesquisadores da Universidade de Vigo analisaram ossos de dinossauros e suas localizações para entender quando e por que os grupos de terópodes e ornitísquios evoluíram para animais de sangue quente. Durante aquele período, os vulcões eram mais ativos, o que provocou primeiro um resfriamento acentuado e depois um aquecimento significativo do clima.

Os cientistas descobriram que muitas espécies de dinossauros de sangue frio não conseguiram sobreviver às flutuações climáticas intensas. Em contraste, os dinossauros de sangue quente se adaptaram melhor às mudanças e conseguiram explorar novos habitats e nichos ecológicos, incluindo regiões polares.

Cientistas descobriram que dinossauros desenvolveram sangue quente devido a mudanças climáticas causadas por intensa atividade vulcânica entre 250 e 65 milhões de anos atrás.
Cientistas descobriram que dinossauros desenvolveram sangue quente devido a mudanças climáticas causadas por intensa atividade vulcânica entre 250 e 65 milhões de anos atrás.

Os dinossauros de sangue quente incluem os terópodes, como o velociraptor e o tiranossauro, e os ornitísquios, como o triceratops e o estegossauro. Estes grupos foram capazes de sobreviver e prosperar durante as grandes flutuações climáticas, ao contrário do grupo dos sauropodomorfos, que eram principalmente de sangue frio.

O estudo indica que a evolução do sangue quente permitiu que esses dinossauros se adaptassem a novos ambientes e encontrassem novos nichos ecológicos. Essa adaptação foi essencial para a sobrevivência de várias espécies durante períodos de instabilidade climática.

Os pesquisadores destacam que o desenvolvimento do sangue quente nos dinossauros tem implicações significativas para a vida moderna. As aves, que descendem dos dinossauros terópodes, dependem de um metabolismo elevado, possível graças ao sangue quente, para serem capazes de voar.

Apesar de serem de sangue frio, alguns dinossauros do grupo dos sauropodomorfos conseguiram sobreviver devido ao fenômeno da gigantotermia. Este fenômeno permite que animais de grande porte mantenham uma temperatura corporal estável, o que foi crucial para sua sobrevivência durante as mudanças climáticas.

Os cientistas ressaltam a importância de estudar as mudanças climáticas do passado para entender melhor como elas podem afetar a vida selvagem atualmente. O paleontólogo Rainer Schoch, do Museu de História Natural de Stuttgart, explica que os efeitos do clima sobre a vida selvagem são uma lição importante que podemos aprender ao olhar para o passado.

Principais Descobertas

  • Termorregulação dos Dinossauros: Contrariando a crença antiga de que os dinossauros eram ectotérmicos (de sangue frio), o estudo mostra que muitos dinossauros eram endotérmicos (de sangue quente). Esse desenvolvimento permitiu que eles se adaptassem melhor às variações climáticas.
  • Impacto Climático: As alterações climáticas, semelhantes às de hoje mas causadas por vulcões, resultaram em períodos alternados de frio extremo e calor intenso. Muitos dinossauros de sangue frio não conseguiram sobreviver a essas flutuações, enquanto os de sangue quente prosperaram.
  • Evolução e Nichos Ecológicos: Os dinossauros de sangue quente, como os terópodes (velociraptor, tiranossauro) e os ornitísquios (triceratops, estegossauro), conseguiram explorar novos habitats, incluindo regiões polares. Esse desenvolvimento teve consequências duradouras, permitindo que os ancestrais das aves modernas desenvolvessem a capacidade de voar.

Consequências para a Vida Atual

  • Aves Modernas: O sangue quente é essencial para o voo das aves, exigindo um metabolismo alto que seria impossível sem essa característica herdada dos dinossauros.
  • Gigantotermia: Mesmo alguns dinossauros de sangue frio, como os do grupo dos sauropodomorfos (braquiossauro), sobreviveram graças à gigantotermia, fenômeno onde animais grandes conseguem manter uma temperatura corporal estável.

*Com informações do UOL e MSN.