Um estudo realizado por cientistas na Espanha revelou que os dinossauros desenvolveram sangue quente como uma resposta às mudanças climáticas ocorridas entre 250 e 65 milhões de anos atrás. Essas mudanças climáticas foram causadas por altos níveis de atividade vulcânica, que resultaram na liberação de grandes quantidades de gases de efeito estufa na atmosfera.
Os pesquisadores da Universidade de Vigo analisaram ossos de dinossauros e suas localizações para entender quando e por que os grupos de terópodes e ornitísquios evoluíram para animais de sangue quente. Durante aquele período, os vulcões eram mais ativos, o que provocou primeiro um resfriamento acentuado e depois um aquecimento significativo do clima.
Os cientistas descobriram que muitas espécies de dinossauros de sangue frio não conseguiram sobreviver às flutuações climáticas intensas. Em contraste, os dinossauros de sangue quente se adaptaram melhor às mudanças e conseguiram explorar novos habitats e nichos ecológicos, incluindo regiões polares.
Os dinossauros de sangue quente incluem os terópodes, como o velociraptor e o tiranossauro, e os ornitísquios, como o triceratops e o estegossauro. Estes grupos foram capazes de sobreviver e prosperar durante as grandes flutuações climáticas, ao contrário do grupo dos sauropodomorfos, que eram principalmente de sangue frio.
O estudo indica que a evolução do sangue quente permitiu que esses dinossauros se adaptassem a novos ambientes e encontrassem novos nichos ecológicos. Essa adaptação foi essencial para a sobrevivência de várias espécies durante períodos de instabilidade climática.
Os pesquisadores destacam que o desenvolvimento do sangue quente nos dinossauros tem implicações significativas para a vida moderna. As aves, que descendem dos dinossauros terópodes, dependem de um metabolismo elevado, possível graças ao sangue quente, para serem capazes de voar.
Apesar de serem de sangue frio, alguns dinossauros do grupo dos sauropodomorfos conseguiram sobreviver devido ao fenômeno da gigantotermia. Este fenômeno permite que animais de grande porte mantenham uma temperatura corporal estável, o que foi crucial para sua sobrevivência durante as mudanças climáticas.
Os cientistas ressaltam a importância de estudar as mudanças climáticas do passado para entender melhor como elas podem afetar a vida selvagem atualmente. O paleontólogo Rainer Schoch, do Museu de História Natural de Stuttgart, explica que os efeitos do clima sobre a vida selvagem são uma lição importante que podemos aprender ao olhar para o passado.