O reconhecimento facial do Facebook está prestes a chegar ao fim. Aquela ferramenta que identifica uma pessoa na foto e sugere o seu perfil será desativada para mais de 1 bilhão de pessoas.
A empresa disse que está motivada pela preocupação da sociedade sobre o uso desse tipo de tecnologia. Mas o que exatamente levou a empresa a tomar essa decisão de forma tão drástica?
O Facebook vem passando por transformações, a mais recente foi o anúncio de sua mudança de nome, que será Meta. Mas temos outra novidade, a desativação da ferramenta de reconhecimento facial.
Isso mesmo, aquela ferramenta que identifica as pessoas nas fotos que você posta e indica o perfil será desativada. A empresa afirma que a motivação para essa tomada de decisão é a crescente preocupação da sociedade sobre o uso desse tipo de tecnologia.
“Os reguladores ainda estão em processo de fornecer um conjunto claro de regras que regem seu uso. Em meio a essa incerteza contínua, acreditamos que é apropriado limitar o uso do reconhecimento facial”, disse o vice-presidente de inteligência artificial do Facebook, Jerome Pesenti.
Segundo o próprio Facebook, mais de um terço dos usuários ativos da plataforma escolheram deixar ativada a ferramenta de reconhecimento facial. Sendo assim, mais de 1 bilhão de pessoas serão impactadas pela recente tomada de decisão da empresa.
Isso porque a remoção da ferramenta de reconhecimento facial será implementada globalmente até dezembro de 2021, disse um porta-voz do Facebook. Embora polêmica, a decisão já está tomada.
Alguns devem estar se perguntando se isso vai atingir também a ferramenta automática de texto alternativo, aquela que cria descrições de imagens para pessoas com deficiência visual.
Neste caso, a ferramenta vai continuar funcionando normalmente, tanto mais que se trata de uma forma de inclusão social. Mas ela não incluirá mais os nomes das pessoas nas fotos.
Essa mudança vem num momento histórico em que a indústria de tecnologia enfrenta um dos maiores desafios, e que passa por um “acerto de contas” que pode mudar a forma como vemos as plataformas de comunicação digital.
Nos últimos anos, essas plataformas – em especial o Facebook – vêm sofrendo diversas críticas de que a tecnologia de reconhecimento facial poderia identificar falsamente as pessoas como parte de crimes, ou ainda favorecer pessoas brancas em vez de outras etnias.
Como se isso não bastasse, o Facebook está passando por um intenso escrutínio de reguladores e legisladores cada vez mais preocupados com a segurança dos usuários dessas plataformas. Uma ampla gama de abusos tem sido reportada nesse sentido.
Num processo nos Estados Unidos em 2020, o Facebook foi obrigado a desembolsar US$ 650 milhões depois que a justiça americana alegou que informações biométricas para marcar rostos tinham sido coletadas de forma ilegal.
Depois disso, várias cidades americanas – como San Francisco – proibiram o uso de tecnologia de reconhecimento facial. O Facebook ainda concordou em pagar US$ 5 bilhões à Comissão Federal de Comércio por suas práticas de gerenciamento de dados.