Estimulação elétrica da medula faz paciente voltar a andar

O tratamento desenvolvido especificamente para estimulação da medula espinhal restauraram a posição de pé, caminhada, ciclismo, natação e controle do tronco em pessoas com paralisia completa devido a uma lesão na medula espinhal.
Publicado por Alan Correa em Saúde dia 7/02/2022

Um grande avanço tem sido alcançado com a implantação de eletrodos na medula espinhal de pacientes, três deles que eram paraplégicos voltaram a andar, nadar e andar de bicicleta.

A medula espinhal é uma extensão do cérebro e controla muitos movimentos que podem ser perdidos se o contato com o cérebro for afetado.

O estudo foi publicado na revista Nature Medicine e deve-se ao grupo coordenado pela Universidade Politécnica de Lausanne, que conta com o estudioso italiano Silvestro Micera.

Segundo a publicação, os homens paraplégicos, eram incapazes de movimentar as pernas, mas também haviam perdido toda a sensibilidade nas mesmas, após sofrerem acidentes que afetaram sua medula espinhal. As lesões dos pacientes em uma região chamada coluna torácica —abaixo do pescoço e acima da parte inferior das costas —ocorreram entre um e nove anos antes de receberem o tratamento.

Pacientes voltam a andar após estimulação elétrica da medula
Pacientes voltam a andar após estimulação elétrica da medula

O tratamento desenvolvido especificamente para estimulação da medula espinhal restauraram a posição de pé, caminhada, ciclismo, natação e controle do tronco em pessoas com paralisia completa devido a uma lesão na medula espinhal.

“A estimulação elétrica epidural (EES) direcionada às raízes dorsais dos segmentos lombossacrais restaura a marcha em pessoas com lesão medular (LM). No entanto, o EES é fornecido com eletrodos de pás multieletrodos que foram originalmente projetados para atingir a coluna dorsal da medula espinhal. Aqui, nós hipotetizamos que um arranjo de eletrodos direcionados ao conjunto de raízes dorsais envolvidas nos movimentos de pernas e tronco resultaria em eficácia superior, restaurando atividades motoras mais diversas após a lesão medular mais grave”, revela a publicação na revista.

Grégoire Courtine e Jocelyne Bloch, do Instituto Federal Suíço de Tecnologia em Lausanne, lideraram o estudo publicado na revista Nature Medicine. Além de ajudarem a estabelecer uma empresa de tecnologia com sede na Holanda chamada Onward Medical, que está trabalhando para comercializar o sistema. A empresa espera lançar um teste em cerca de um ano envolvendo 70 a 100 pacientes, principalmente nos Estados Unidos, disse Courtine.

*Com infamações da Nature Medicine e Clinicaltrials.