Geely EX2 chega ao Brasil e promete mudar o jogo dos elétricos com eficiência, espaço e recarga rápida
Os carros elétricos deixaram de ser uma promessa distante para virar parte do cotidiano urbano brasileiro. O que antes era assunto de feira tecnológica agora estaciona em garagens reais, muitas vezes substituindo o hatch de sempre. E entre os modelos que chegam para cutucar o mercado, o Geely EX2 talvez seja o mais simbólico: um elétrico simples, direto e com cara de que finalmente dá conta da vida real.
A proposta da Geely não é vender sonho de luxo nem prometer um futuro utópico movido a bateria. O EX2 nasce de uma lógica mais pé no chão — eficiência, custo controlado e um certo charme de quem quer ser prático sem parecer espartano. O carro chega em novembro, marcando o retorno da marca chinesa ao Brasil em parceria com a Renault, que vai garantir o pós-venda e o fornecimento de peças. A ideia é acabar com o estigma de que marca nova é sinônimo de incerteza.
Por dentro, o EX2 traduz o novo minimalismo elétrico: tudo é limpo, digital e funcional. O painel é simples, mas entrega o essencial, e a central multimídia domina o ambiente com uma interface rápida e conectada. Há um esforço visível para equilibrar tecnologia e cotidiano, com recursos como câmera 540°, seis airbags e controle de estabilidade, mas sem o excesso de telas e assistentes que transformam dirigir em lidar com um painel de avião.
A parte técnica mostra que a Geely fez o dever de casa. A bateria de 39,4 kWh, do tipo LFP, garante autonomia de 289 km e usa um sistema “11 em 1” que integra motor, inversor e outros componentes para reduzir peso e consumo de energia. São 116 cv e 150 Nm de torque que empurram o hatch aos 100 km/h em 10,2 segundos, com uma suavidade que parece mais maturidade do que esportividade. O tempo de recarga também impressiona: 20 minutos para 50% em pontos rápidos.
No cenário urbano, o EX2 é quase um manifesto sobre o que o carro elétrico precisa ser: silencioso, leve e previsível. Nada de pretensão de supercarro, apenas a praticidade que convence motoristas a trocarem o posto de gasolina pela tomada. O porta-malas de 375 litros e o espaço interno de SUV compacto completam o argumento. E mesmo com preço entre R$ 150 mil e R$ 160 mil, ele soa menos como luxo e mais como ferramenta de mobilidade moderna.
No fundo, o que o EX2 representa é o início de uma fase em que o elétrico deixa de ser exceção. A disputa com BYD Dolphin e GWM Ora 03 mostra que o jogo começou de verdade, e agora quem vai ganhar é quem entender o que o brasileiro quer: um carro que funcione, que caiba no bolso e que não o deixe preso ao carregador. Nesse sentido, o novo Geely acerta o tom — menos discurso verde, mais tecnologia que faz sentido.
Fonte: AutoEsporte.
