A mais recente novidade do mundo dos games é o Metaverso, um mundo que teoricamente tudo é possível. Esse “novo” universo não vai só espelhar o mundo em que vivemos com toda sua complexidade tridimensional, mas vai também permitir fazer o que antes só poderia ser imaginado.
A San Unity Software Inc. está construindo uma nova ferramenta que vai permitir as pessoas criarem conteúdo no Metaverso. O mesmo tem sido feito por outras grandes empresas de tecnologia, como a Nvidia, Roblox, Epic Games, Microsoft e até mesmo o Facebook.
O chamado Metaverso é um novo universo onde quase tudo é possível. Além de espelhar o universo tridimensional em que vivemos, poderá permitir também que seja feito o que antes só podia ser imaginado. Em outras palavras, é a possibilidade de conectarmos o mundo físico ao virtual.
“O metaverso será a maior revolução em plataformas de computação que o mundo já viu – maior do que a revolução móvel, maior do que a revolução da web”, promete o vice-presidente sênior e gerente geral de criação da San Unity Software Inc., Marc Whitten.
Hoje passamos muito tempo conectados no mundo digital, é verdade, mas a vida física nada tem a ver com a digital. Com o Metaverso abre-se a possibilidade de criar uma conexão entre as duas realidades.
Mas a pergunta natural que deve estar girando na sua cabeça é de como isso poderá se tornar realidade. A tecnologia avançou muito, e elementos como óculos de realidade virtual, roupas com sensores tácteis e conexões de internet ultrarrápidas são só alguns dos elementos que poderão tornar isso possível.
Vamos dar um exemplo para deixar mais claro o que você poderia fazer se o Metaverso já estivesse ativo. Você está matriculado numa faculdade de curso presencial, mas não quer ir num determinado dia, poderia optar por assistir a aula de sua casa e ter a mesma experiência como se lá estivesse pessoalmente.
Os outros alunos o verão na sala, e quando ele levantar a mão em casa e falar, todos vão ver e ouvir o que ele disser como se ele estivesse ali ao lado. A sua identidade será perceptível para todos em “tempo real”. Embora pareça “Matrix” não é isso que vai acontecer.
“No longa-metragem, a discussão era sobre uma cissão entre os espaços físico e virtual. A ideia do metaverso é sobrepor os dois”, diz Christian Perrone, coordenador da área de direito e tecnologia do ITS Rio.
O engraçado é que o termo Metaverso surgiu em 1992, quando o mundo ainda não tinha internet, no livro “Snow crash” (Editora Aleph), de Neal Stephenson. O autor conta a história de um entregador de pizza que também é um hacker e tem experiências num universo virtual.
“Os jogos são a Fórmula 1 da computação. É onde se experimentam técnicas elevadas ao limite. Um lugar para se testar desde computação gráfica até inteligência artificial, passando por questões éticas” Afirmou Bruno Feijó, professor do departamento de Informática do Centro Técnico Científico da PUC-Rio.
Embora esse seja um caminho sem volta, é preciso reconhecer também que o trecho a ser percorrido ainda é muito longo. Falta muito para que uma experiência como essa seja realmente um Metaverso.
Mas também é preciso dizer que muitas das tecnologias que hoje existem eram impensáveis há umas poucas décadas. Assim as tecnologias de realidade aumentada e virtual poderá sim chegar a esse nível realmente potente e crível em todos seus aspectos.
“As técnicas que temos hoje ainda são limitadas, os aparelhos, pesados. E a imersão, como fica? Não é só estar visivelmente no ambiente. Precisaremos da sensação de tato, será interessante ter olfato, desenvolver outros sentidos”, diz Anderson Rocha.
A pandemia do Covid-19 foi e está sendo ainda uma grande tragédia. Mas também está sendo um dos fatores que está acelerando o processo de “virtualização” das relações sociais. E isso acabou intensificando o desenvolvimento do Metaverso.
As pessoas estão, agora, mais familiarizadas com o ambiente digital, seja na adoção de um e-commerce no lugar de um comércio “tradicional”, seja num curso ou trabalho remotos. Tudo isso fez com que o processo do Metaverso avançasse dez anos em um.
“Daqui cinco anos, os metaversos serão plataformas mais evoluídas, e as pessoas sentirão mais segurança para lidar com uma economia não tradicional. Acredito que as moedas virtuais passarão a ter um impacto cada vez maior na nossa vida”, diz Thiago.