Jovens brasileiros descobrem asteroides para Nasa

Estamos acostumados a ficar sempre nos últimos lugares em todas as estatísticas de desempenho intelectual no Brasil. Mas alguns jovens brasileiros estão sendo motivo de orgulho para o país. Nos últimos dias tivemos três grandes destaques de adolescentes que descobriram um novo asteroide para a Nasa. Um dos casos é de uma menina de apenas 8 anos que identificou 12 novos corpos rochosos.
Publicado por servhost servhost em Ciência dia 5/10/2021

Estamos acostumados a ficar sempre nos últimos lugares em todas as estatísticas de desempenho intelectual no Brasil. Mas alguns jovens brasileiros estão sendo motivo de orgulho para o país.

Nos últimos dias tivemos três grandes destaques de adolescentes que descobriram um novo asteroide para a Nasa. Um dos casos é de uma menina de apenas 8 anos que identificou 12 novos corpos rochosos.

Jovem de 8 anos descobre novos corpos rochosos

A pequena Nicole Oliveira, de apenas 8 anos, está prestes a entrar para o Guinness World Records como sendo a pessoa mais jovem a identificar corpos rochosos na astronomia. O recorde atual é de um jovem de 18 anos, Luigi Sannino.

Desde os dois anos de idade a Nicolhinha, como é conhecida nas redes sociais, é apaixonada pelo espaço sideral. A pequena já é bicampeã na Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica.

Também é a integrante mais jovem da International Astronomical Search Collaboration (IASC), um programa da Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (NASA), no qual participa desde 2020. Nicole fez fama rápido, e já criou o próprio Clube de Astronomia Infantil.

Seu maior sonho quando crescer, segundo contou em entrevista para o Correio Braziliense, é ser engenheira aeroespacial, para proporcionar uma forma de todas as pessoas para o espaço. “Meu maior sonho é que todas as crianças no mundo possam ter acesso à ciência, tecnologia, astronomia e tudo mais que sonharem”, afirmou.

Nicole Oliveira, de apenas 8 anos
Nicole Oliveira, de apenas 8 anos

Adolescente curitibano descobre asteroide

Outro caso não menos impressionante é o do jovem curitibano que descobriu um asteroide. Nathan Lins de Andrade, de 17 anos, batizou o asteroide de Ita Koywy, que significa “Rocha Universal” em Guarani. A descoberta lhe rendeu um lindo certificado da Nasa.

Sua descoberta aconteceu num projeto de Colaboração Internacional de Busca Astronômica (IASC), da NASA. O objeto foi identificado com uso do telescópio PANSTARRS 1, no Havaí, em fevereiro de 2020, mas a confirmação aconteceu apenas em março deste ano.

“Escolhi esse nome que além de Rocha Universal, algo de todos, seria também para valorizar a língua Guarani, algo dos nossos primórdios”, afirmou o jovem estudante do terceiro ano do ensino médio. Não é por menos que conquistou esse ano a medalha de ouro na Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA).

Nathan Lins de Andrade, de 17 anos
Nathan Lins de Andrade, de 17 anos

Moça descobre asteroide em Belo Horizonte

Outra jovem brasileira também repetiu o mesmo feito, dessa vez em Belo Horizonte. Laysa Peixoto Sena Lage, de 18 anos, também descobriu um novo asteroide do espaço durante uma pesquisa.

A moça, que sempre estudou em escola pública, ficou analisando o sistema solar em imagens de telescópio no computador de sua casa, quando descobriu a existência de um novo asteroide. A jovem batizou-o de LPS 003, que são as suas iniciais.

Tudo começou quando Laysa viu no site da Nasa a campanha chamada “caça asteroides”, projeto que é realizado em parceria com a The International Astronomical Search Collaboration.

“Desde o início do ano, participo da caçada aos asteroides da Nasa. Eu vejo as imagens pelo telescópio e estudei o sistema solar do instituto no Havaí. Analiso pixel por pixel da imagem, percebo algumas características e valores. Aí fui enviando relatório para eles. Depois de um tempo, eles comprovaram que era um asteroide mesmo e, por enquanto, ele terá as iniciais do meu nome. Ganhei até certificado”, contou Laysa.

Sempre apaixonada pelas estrelas, Laysa está no 2º período de física na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Num arroubo de entusiasmo exclamo: “É uma experiência indescritível, sempre foi meu sonho poder contribuir com a física, com a ciência (…) sempre fui apaixonada pelas estrelas e o que me deixa mais feliz é que estudei a vida inteira em escola pública, então, independentemente de onde a pessoa estudou, ela pode realizar sonhos e conseguir o que quiser”.

Mas a jovem mineira não está satisfeita, e pretende fazer muito mais ainda pela ciência e pela física. “Quero realizar um outro curso da Nasa que se chama Advance Space Academy e também analisar estrelas para saber se há planetas em torno delas”.

Laysa Peixoto Sena Lage, de 18 anos
Laysa Peixoto Sena Lage, de 18 anos

Investir no futuro

O coordenador do Observatório Astronômico e Planetário do Colégio Estadual do Paraná (CEP), Amauri José da Luz Pereira, disse que é muito importante fomentar desde cedo o interesse pelo universo e pelo espaço sideral.

“Alunos que galgam medalhas em olimpíadas de conhecimento como essa também compõem o seu currículo estudantil, acadêmico e profissional. Isso pode ser utilizado em programas de bolsas, de graduação e pós graduação no futuro”, afirmou o Pereira.

Outro jovem estudante do CEP também conquistou medalha de ouro na Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica. Erán Martínes Ramos, de apenas 14 anos, pretende continuar estudando para se tornar astronauta.

“Fora da terra existem muitas coisas bonitas e curiosas para serem descobertas. Esse é um dos fatos pelo qual eu gosto da astronomia. Pela descoberta, para encontrar novas formas de vida, novas perguntas, e eu vou tentar respondê-las”, afirmou Erán.

Assim, os jovens brasileiros de hoje em dia estão fazendo sucesso e enriquecendo a imagem do Brasil no exterior, especialmente no campo da ciência e tecnologia. Parabéns para esses jovens brilhantes.

Erán Martínes Ramos, de 14 anos
Erán Martínes Ramos, de 14 anos