Óculos do futuro terá autofoco

À medida que envelhecemos, perdemos gradualmente a capacidade de reorientar nossos olhos, essa perda é o que leva à presbiopia. É muito comum você encontrar pessoas que usam óculos de leitura ou lentes bifocais com presbiopia, ela afeta 2 bilhões de pessoas em todo o mundo, e sempre existiu por toda a história da humanidade. Diversos especialistas têm feito muito para corrigi-la.
Publicado em Notícias dia 29/04/2021 por Alan Corrêa

Engenheiros em Stanford nos Estados Unidos estão desenvolvendo lentes dinâmicas e com foco automático que acompanham nossa visão e se ajustam ao que vemos, tanto de perto quanto à distância. O que seria uma boa solução para quem tem presbiopia.

O protótipo usa tecnologia de sistemas da realidade virtual e aumentada para estimar a distância de foco. Além de um rastreador ocular que aponta para a direção de foco dos olhos. Também há um sensor de distância, que é uma câmera que olha para o ambiente e relata a distância para os objetos.

Entenda melhor

Nitish Padmanaban: Óculos de leitura com autofoco
Nitish Padmanaban: Óculos de leitura com autofoco

À medida que envelhecemos, perdemos gradualmente a capacidade de reorientar nossos olhos, essa perda é o que leva à presbiopia. É muito comum você encontrar pessoas que usam óculos de leitura ou lentes bifocais com presbiopia, ela afeta 2 bilhões de pessoas em todo o mundo, e sempre existiu por toda a história da humanidade. Diversos especialistas têm feito muito para corrigi-la.

A presbiopia leva a uma dependência de lentes bifocais, lentes de contato e procedimentos como a cirurgia LASIK.

Para explicar o que é a presbiopia é preciso entender a anatomia do olho humano. A parte do olho que nos permite a reorientação para diferentes distâncias chama-se “lente cristalino”. Existem músculos ao redor dessa lente que se deformam em diferentes formas, o que faz mudar o poder de foco dela. Em pessoas presbiope a lente cristalina endurece a ponto de não poder mais mudar de forma.

A solução para quem tem presbiopia seria, primeiramente, óculos de leitura. Eles têm lentes com um único poder focal para que objetos próximos entrem em foco. Mas objetos distantes necessariamente saem de foco, e você precisa constantemente decidir entre usar os óculos ou não. No entanto, esse problema poderia ser corrigido com lentes bifocais, que o permite ver longe quando olhava pra cima e perto ao olhar pra baixo.

Hoje temos lentes progressivas que se livraram dessa linha variando suavemente a potência focal de cima pra baixo. A desvantagem de ambos é que perdemos o campo de visão a qualquer distância, pois ele se divide de cima para baixo assim.

A próxima solução, portanto, é menos comum, seria lentes de contato ou cirurgias LASIK: a monovisão. Ela configura o olho dominante para focar a distância e o outro para focar o que está próximo. Nosso cérebro inteligentemente reúne partes mais nítidas da visão de cada olho, mas os olhos vêem coisas ligeiramente diferentes, dificultando julgar as distâncias de modo binocular.

Entretanto, parece que há muitas soluções para a presbiopia, mas nenhuma restaura completamente a reorientação natural, nem nos permite olhar para algo e esperar que esteja focado.

No mercado é possível encontrar lentes de foco ajustável. Há vários tipos diferentes: as lentes Alvarez que se deslocam mecanicamente, lentes líquidas deformáveis e lentes de cristal líquido com troca eletrônica. Elas têm suas limitações, mas funcionam muito bem para uma visão completa de campo que pode ser precisa a qualquer distância desejada.

Porém, lentes de autofoco não têm como saber a que distância devem estar focadas.

Correções de presbiopia: aqui simulamos o que um presbiopia pode ver sem correção e, em seguida, com vários tipos de correção (desfoque exagerado para efeito). As lentes progressivas reduzem o campo de visão efetivo de modo que o foco distante seja fornecido na região superior e próximo à região inferior, com alguma mistura entre os dois; isso fornece “refoco” por meio de movimentos da cabeça. Em vez disso, a monovisão mantém todo o campo de visão em um único plano focal, mas atribui diferentes olhos a diferentes distâncias de foco claro. Óculos de leitura ou de computador (não ilustrados) fornecem apenas foco próximo, compensando a conveniência de precisar apenas de um par de óculos para visão de campo total. Finalmente, os autofocais rastreiam a posição do olhar e focam automaticamente na distância certa, alcançando efetivamente a visão de campo total dos óculos de leitura, mas com a conveniência de precisar apenas de um único par de óculos.
Correções de presbiopia: aqui simulamos o que um presbiopia pode ver sem correção e, em seguida, com vários tipos de correção (desfoque exagerado para efeito). As lentes progressivas reduzem o campo de visão efetivo de modo que o foco distante seja fornecido na região superior e próximo à região inferior, com alguma mistura entre os dois; isso fornece “refoco” por meio de movimentos da cabeça. Em vez disso, a monovisão mantém todo o campo de visão em um único plano focal, mas atribui diferentes olhos a diferentes distâncias de foco claro. Óculos de leitura ou de computador (não ilustrados) fornecem apenas foco próximo, compensando a conveniência de precisar apenas de um par de óculos para visão de campo total. Finalmente, os autofocais rastreiam a posição do olhar e focam automaticamente na distância certa, alcançando efetivamente a visão de campo total dos óculos de leitura, mas com a conveniência de precisar apenas de um único par de óculos.

Precisamos de óculos que, ao olharmos para longe, os objetos fiquem nítidos, e ao olharmos para perto, os objetos próximos entrem em foco no nosso campo de visão, sem que precisemos pensar nisso.

Foi pensando nisso que o engenheiro eletrônico Nitish Padmanaban, está desenvolvendo lentes com autofoco automático.

O dispositivo foi testado em 100 pessoas presbiopes. O resultado leva a conclusão que os autofocais são o futuro.

Relatos dos participantes dizem que enxergaram mais nitidamente, focaram mais rápido, e acharam a experiência de focagem melhor e mais fácil que a correção atual.

No entanto, a criação de Nitish Padmanaban, ainda não está pronta para a comercialização, isso porque os óculos são muito robustos e volumosos. Portanto, ainda é preciso arrumar o design e deixar os autofocais do futuro mais parecido com óculos normais. Para isso, será necessário incorporar pequenas lentes eletrônicas e mais eficientes.

Dito isto, com o protótipo atual já em fase avançada, mostra que a tecnologia de lente com foco ajustável pode superar o desempenho dos modelos tradicionais de correção estática. É apenas uma questão de tempo.