Redes sociais e TSE fazem acordo para tentar combater desinformação

As eleições 2022 estão chegando, uma ferramenta importante para a comunicação é a internet, na tentativa de diminuir a desinformação, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) está buscando um trabalho em conjunto com as principais redes sociais que atuam no Brasil, entre elas estão a Google, Facebook, Instagram , TikTok, Kwai, Twitter e WhatsApp.
Publicado em Internet dia 15/02/2022 por Alan Corrêa

As eleições 2022 estão chegando, uma ferramenta importante para a comunicação é a internet, na tentativa de diminuir a desinformação, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) está buscando um trabalho em conjunto com as principais redes sociais que atuam no Brasil, entre elas estão a Google, Facebook, Instagram , TikTok, Kwai, Twitter e WhatsApp.

Vale lembrar que as eleições gerais no Brasil deste ano estão agendadas para o dia 2 de outubro de 2022, nesta data serão eleitos o presidente, o vice-presidente e o Congresso Nacional.

Acordo com redes sociais

TSE formaliza acordo com redes sociais para combater desinformação (Foto: Tânia Rêgo / Agência Brasil)
TSE formaliza acordo com redes sociais para combater desinformação (Foto: Tânia Rêgo / Agência Brasil)

Neste ano, a novidade foi a inclusão da Kwai, plataforma de compartilhamento de vídeos curtos. “Vamos ter um canal direto com o TSE para [denunciar] conteúdos que violem a legislação eleitoral e causem risco para a integridade das eleições”, disse Wanderley Mariz, diretor de relações governamentais e políticas públicas da rede social.

Sem citar concorrentes, Durigan afirmou que o WhatsApp é “dos únicos serviços de mensagens instantâneas que respeitam a lei brasileira”. Desde o início do ano, o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, tem criticado o Telegram, um dos principais concorrentes do WhatsApp, por não possuir representação no Brasil nem se submeter às leis brasileiras.

“Nós conseguimos avançar com ferramentas e instrumentos que ajudam a justiça eleitoral e as plataformas a servirem da melhor forma ao pais e a democracia brasileira”, disse Barroso no evento desta terça. Ele reafirmou que a parceria entre o TSE e as plataformas não envolve nenhuma troca de dinheiro.

Google

Na solenidade virtual, Marcelo Lacerda, diretor de Relações Governamentais e Políticas Públicas da empresa, afirmou que o Google e o YouTube estão comprometidos em difundir a integridade do processo eleitoral brasileiro e em combater as notícias enganosas.

“Estamos indo para o quinto ano de parceria eleitoral com o TSE, o que para nós é motivo de orgulho. Cientes de que o trabalho de enfrentamento da desinformação é algo perene e contínuo, desde 2021 a gente tem trabalhado com o TSE nesse sentido. A saber, como os treinamentos que foram ofertados aos servidores do Tribunal sobre diversos temas, entre eles as melhores práticas sobre o desenvolvimento de aplicativos, que são tão importantes para o Tribunal no período eleitoral, como também sobre o funcionamento de algumas de nossas plataformas”, lembrou ele.

Marcelo Lacerda, diretor de Relações Governamentais e Políticas  Públicas da empresa
Marcelo Lacerda, diretor de Relações Governamentais e Políticas Públicas da empresa

No memorando assinado com o Google, também está prevista a realização de treinamentos para as equipes do TSE e dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs), bem como partidos políticos, organizações de checagem de fatos e outros parceiros do Programa Permanente de Enfrentamento à Desinformação. Entre os temas que serão abordados nas capacitações, estão boas práticas na gestão de canais no YouTube e informações sobre o funcionamento do YouTube e do Google Ads.

O programa Cresça com a Google terá uma versão online desenvolvida em parceria com o TSE para esclarecer eleitores brasileiros sobre desinformação eleitoral e o funcionamento da plataforma. A Google também se compromete a criar uma página especial para as Eleições 2022, contendo informações sobre as políticas de funcionamento das suas plataformas.

Por fim, a Google criará uma página dedicada (trend hub) em português, acessível globalmente, com dados e informações relativos às tendências de pesquisas decorrentes do Google Search. Também haverá um canal de denúncias de conteúdo suspeito e informações sobre o andamento das apurações. E, ainda, publicará um relatório de transparência de anúncios políticos para o Brasil.

Facebook

O primeiro acordo assinado foi com o Facebook Brasil, que também detém o controle do Instagram. Natália Paiva, representante das duas plataformas, falou sobre as medidas tomadas para assegurar a propagação de conteúdos legítimos e confiáveis sobre as eleições.

Natália Paiva
Natália Paiva

“A integridade das eleições no Brasil é uma absoluta prioridade para o Facebook e o Instagram. E esse trabalho, desenvolvido com o TSE ao longo dos anos, e em especial no ano passado, foi fundamental para consolidar as diversas iniciativas que foram pactuadas”, disse Natália. Segundo ela, esse entendimento com a Justiça Eleitoral permitiu às duas redes sociais darem passos muito significativos para aprofundar ainda mais essa relação, que é multissetorial, no combate à desinformação.

TikTok

O TikTok se compromete a criar uma página em sua plataforma que centralizará informações educativas e confiáveis sobre o processo eleitoral. A rede também apoiará a transmissão ao vivo de eventos realizados pelo TSE e divulgará conteúdos de serviços ao eleitorado. Além disso, estão previstas a elaboração de cartilhas informativas sobre a plataforma e a realização de treinamentos para as equipes do TSE e dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs), além de partidos políticos, plataformas de checagem de fatos e outros parceiros do Programa Permanente de Enfrentamento à Desinformação sobre medidas de combate à desinformação e capacitação sobre políticas e termos de uso aplicáveis ao TikTok.

Fernando Gallo
Fernando Gallo

“Já trabalhamos para proteger a integridade da nossa plataforma e a segurança das pessoas que usam o nosso serviço durante o ciclo das eleições no Brasil”, afirmou Fernando Gallo, diretor de Políticas Públicas do TikTok. “Sabemos que, eventualmente, há conteúdo dessa natureza [política] em nossa plataforma. E, por nós reconhecermos a importância desses temas e o impacto que o processo cívico das eleições tem para o país, nós consideramos fundamental proteger a integridade da nossa plataforma nesses momentos”, acrescentou.

Twitter

O Twitter se compromete a ativar avisos de busca (search prompts) para auxiliar os usuários que procurarem informações sobre as Eleições na plataforma, de modo especial sobre a urna eletrônica, o processo eleitoral e divulgação de esclarecimentos sobre narrativas desinformativas graves que estejam em circulação.

Daniele Kleiner
Daniele Kleiner

No evento, Daniele Kleiner, chefe de Políticas Públicas do Twitter, afirmou que garantir que a plataforma continue a ser um local de conversas abertas e saudáveis é sem dúvida uma prioridade da empresa. “E é nesse sentido que o Twitter reforça o seu compromisso de proteger a integridade cívica e a liberdade de expressão para as eleições deste ano”, acrescentou Daniele, ao elogiar a atuação da Justiça Eleitoral e, em particular do TSE, no combate à desinformação no contexto das eleições.

WhatsApp

Segundo o memorando de entendimento, o WhatsApp deve auxiliar a implementação de algumas ações para a rápida identificação e contenção de casos e práticas de desinformação. Entre elas, está a criação de um canal de comunicação extrajudicial não vinculativo para a denúncia de conteúdos que veiculem desinformação relacionada ao processo eleitoral.

Dario Durigan
Dario Durigan

Outra iniciativa é o aperfeiçoamento do chatbot desenvolvido para as eleições de 2020. Para este ano, o chatbot deverá ter envio de mensagens proativas, assim como aumento nos serviços disponíveis.

Dario Durigan, chefe de Políticas Públicas para o WhatsApp, destacou, no evento on-line, que uma democracia sólida deve partir de um processo eleitoral íntegro. “O Brasil e sua democracia são muito importantes para o WhatsApp. E o compromisso com o país, que tem se desdobrado em iniciativas bem sucedidas em inúmeras frentes, revela-se, especialmente, nesta parceria com o TSE e a Justiça Eleiroral”, sustentou ele.

Kwai

No evento, Wanderley Mariz, diretor de Relações Governamentais e Políticas Públicas do Kwai, afirmou que a plataforma de vídeos curtos está junto e somando com essa iniciativa tão importante da Justiça Eleitoral. “O enfrentamento à desinformação deve ser um esforço permanente das plataformas, com ações de mitigação dos efeitos nocivos da desinformação sobre o processo eleitoral e da disseminação de informações confiáveis e de medidas de contenção”, disse ele.

Wanderley Mariz
Wanderley Mariz

“Já estamos em uma dinâmica das atividades do memorando. Já atualizamos as nossas diretrizes da comunidade para reforçar os elementos de integridade e autenticidade da plataforma e o combate ao discurso de ódio”, informou Wanderley.

*Com informações da Agência Brasil e TSE.