Se você gosta de estar informado do mundo financeiro, e o brasileiro recentemente começou a tomar esse gosto, com certeza já deve ter ouvido falar no open banking, um sistema financeiro aberto.
Mas o que é esse sistema? Quais as suas vantagens? Quais os riscos? Como ele funciona na prática? Você deve estar cheio de dúvidas sobre essa nova forma de vida financeira. Por isso, resolvemos trazer algumas informações importante para você.
A primeira pergunta que precisa ser respondida é “o que é open banking”? Utilizando uma tradução literal, open banking significa banco aberto. Mas na verdade trata-se de um sistema financeiro aberto, onde você tem mais autonomia para gerenciar sua vida financeira.
Com o open banking o cliente poderá controlar melhor os dados, poderá ainda compartilhá-los com outras instituições financeiras, permitindo que você faça a migração para aquela que oferecer mais vantagens para você. Onde se aumenta a concorrência, se melhoram os produtos e os preços.
Você precisa saber que todas essas instituições financeiras que atuam como open banking, precisam ser autorizadas pelo Banco Central para exercer a atividade financeira.
O Banco Central, por sua vez, vai oferecer uma tecnologia padronizada, a Application Programming Interface (API), para as que conseguirem passar nos critérios de avaliação, e com isso a comunicação entre as instituições será muito mais fácil e muito mais segura.
A tecnologia Application Programming Interface (API), que para usar mais uma vez a tradução literal significa Interface Programação de Aplicativos, é um padrão de programação.
Esse padrão de programação pode ser utilizado em aplicativos, sites e outras plataformas na internet. Assim, o usuário – ou cliente – da instituição financeira poderá compartilhar suas informações com as outras financeiras, já que todas utilizarão o mesmo padrão.
O sistema open banking tem inúmeras vantagens. Para começar, você não precisará se submeter a tantas burocracias como no seu banco tradicional, terá mais autonomia para gerenciar suas preferências e informações.
Para dar um exemplo, imagine que você passou 10 anos no Banco X, e nele você fez todas as suas transações financeiras, desde pagamento de contas e recebimentos, até investimentos e empréstimos.
Você foi um cliente excelente e nunca atrasou nada. Quando você quiser migrar para o Banco Y, não terá acesso a suas informações e perderá todo o seu bom histórico de relacionamento com a instituição financeira.
Já no caso do open banking isso é diferente, pois parte do princípio de que o dono das informações é você e não o banco. No caso hipotético acima será muito difícil que você consiga um cartão de crédito ou limite no banco Y, justamente porque falta o seu histórico.
Por causa desses e de outros motivos semelhantes, muita gente se sente refém da instituição financeira tradicional. Isso faz com que sua barganha diminua, os serviços do banco vão ficando cada vez mais caros e você “paga o pato”.
Com toda essa nova onda de compartilhamento de dados e LGPD que está sendo assunto de todos os brasileiros, você deve estar se perguntando qual a segurança que você vai ter com as financeiras tendo acesso a suas informações.
Muita calma nessa hora. O sistema do open banking permite que o cliente escolha quais informações, com quem e quando elas poderão ser compartilhadas. Assim, você pode ficar despreocupado quanto ao sigilo e segurança da sua privacidade. Você também poderá alterar as permissões de compartilhamento a qualquer momento.
Os dados que poderão – sempre com anuência do cliente – ser compartilhados são:
Essa lista é meramente exemplificativa, e não taxativa.
O open banking não é um conceito fechado, cada país adota o sistema com formas diferentes. No caso do Brasil, o sistema do open banking será implementado em 4 diferentes etapas.
A primeira etapa já começou em fevereiro. Nessa fase aconteceu a abertura para as instituições financeiras participantes, permitindo que indicassem os serviços que serão oferecidos (depósito, poupança, pagamento e operações de credito).
A segunda etapa é quando o cliente poderá compartilhar os dados pessoais de cadastro, como nome, CPF, CNPJ, endereço e dados da sua conta referente aos produtos e serviços que utiliza atualmente.
A terceira fase já será possível fazer efetuar pagamento fora do ambiente bancário, compartilhar de fato o histórico com outras instituições financeiras, com acesso a alguns serviços.
Por fim, a quarta fase – prevista para dezembro – é a implementação do serviço de forma definitiva e estável. Nesse momento já será possível fazer o compartilhamento de informações de produtos e serviços.