O coração humano bate aproximadamente 100 mil vezes por dia. Em um minuto, o mesmo é capaz de bombear cinco litros de sangue para todo o corpo. Porém diferente de alguns outros órgãos ou até mesmo dos nossos ossos, o coração não possui capacidade para reparar a si mesmo, gerando graves problemas a aqueles que possuem certos tipos de adoecimento relacionados a ele. Isso significa que em situações alarmantes, só existe uma solução possível: o transplante de coração.
É chamado de transplante de coração a substituição de um coração por outro, desde que o substituto venha de uma pessoa que teve morte encefálica e compatível com seu novo dono. O procedimento é demorado e complexo, e exige que o paciente fique internado durante alguns dias por precaução, visto que o corpo hospedeiro pode não conseguir se adaptar ao novo órgão. Posto isto, é válido constatar que a cirurgia de transplante de coração é perigosa?
Assim como todo e qualquer procedimento cirúrgico, existem riscos que podem ocorrer durante o próprio processo prático da cirurgia, como falhas ou complicações. Também é possível que o órgão transplantado seja rejeitado pelo novo corpo, ou que haja infecções após a operação.
Em contrapartida, os benefícios do pós-operatório são extremamente recompensastes aos pacientes. O transplante de coração viabiliza uma melhora na qualidade de vida daquela pessoa, além de que muitos transplantados não precisam mais de limitações físicas em suas atividades do cotidiano.
Em suma, o transplante pode ser considerado perigoso devido à sua complexidade, demanda por concentração e tempo, mas as chances de riscos são reduzidas dependendo dos profissionais responsáveis pela cirurgia. Por este motivo que a confiança entre paciente deve ser essencial. Contudo, os pontos positivos ultrapassam os negativos.
O primeiro passo do processo é testar os receptores do paciente, para garantir que os mesmos estejam saudáveis para resistir à operação. A segunda etapa consiste em encontrar um coração substituto que corresponda e se encaixe no corpo do receptor. Os doadores desse tipo de órgão usualmente são pacientes em estado de coma sem chances de serem ressuscitados, ou até mesmo, vítimas de acidentes fatais as quais o coração não esteja danificado e não ofereça riscos ao seu novo dono. Por exemplo, o tipo sanguíneo e os antígenos das duas pessoas envolvidas devem ser compatíveis.
Ambos os envolvidos no transplante devem ser registrados, com o seu consentimento (como é o caso do transplantado) ou com o consentimento de seus familiares (como é o caso dos doadores). Em terceiro lugar, o coração que será transplantado deverá ser imergido no gelo enquanto uma solução que foi introduzida no mesmo provocará uma parada cardíaca, e assim ele poderá ser manipulado. A partir de então, o cronômetro será iniciado, já que o coração apenas permanecerá vivo fora de um corpo por algumas horas.
Para que a cirurgia se inicie, o receptor é colocado sob anestesia geral e assim o procedimento se inicia de fato. Em primeiro lugar, o cirurgião faz uma incisão no peito do paciente, e após isso, um corte é feito para separar a caixa torácica e expor o coração. Enquanto isso, uma máquina de circulação cardiopulmonar é responsável por manter o sangue fluindo pelo corpo.
A partir de então, o coração será removido e em seu lugar, será posicionado o novo órgão. Para que ocorra tudo bem, cada vaso sanguíneo e artéria devem ser ligados corretamente. Quando o procedimento termina, a máquina cardiopulmonar é desligada e o sangue é permitido para fluir pela aorta. Antes de fechar a caixa torácica novamente, os médicos checam se o novo coração está cumprindo seu papel corretamente.
Após a cirurgia, o paciente continuará sendo monitorado para evitar possíveis riscos pós-cirurgia, já que pode levar anos para o corpo reconhecer completamente o novo órgão, e por este motivo, o mesmo deverá permanecer em repouso de atividades físicas por um determinado período de tempo.
*Com informações do TED, HCor e Governo de Goiás.