Talvez mais difícil do que escolher um celular seja apenas escolher uma televisão. Temos diversas marcas e centenas de modelos, cada uma com características muito parecidas com as outras em alguns casos.
Mas tem sempre algumas configurações que fazem a diferença, e que nem sempre o vendedor de conta, talvez ele nem saiba, e por falta de conhecimento técnico você acaba levando um produto inferior e que não atende as suas expectativas. Neste guia vamos te contar como escolher a televisão certa.
Antes de entrarmos no assunto das características e ficha técnica, devemos dizer algo que é muito importante: você precisa degustara TV antes de comprar. Como assim “degustar”?
É isso mesmo! Precisa ir até a loja e ficar um tempo diante da TV, sentir a imersão que ela vai te proporcionar. Isso porque cada pessoa é diferente, e algumas características que podem ser interessantes pra mim podem não ser pra você.
Então, não adianta apenas saber distinguir as diferenças técnicas dos diversos modelos, você precisa ver se ela atende suas expectativas. O guia que vamos descrever a seguir é apenas… um guia. Vai te ajudar a não cair em furada, comprando um equipamento ultrapassado. Mas você precisa levar sua família à loja e degustar antes de comprar.
Uma das perguntas mais frequentes é sobre o tamanho ideal da Smart TV. Primeiro devemos dizer que a medida do tamanho é feita na diagonal, por isso falamos em polegadas.
Sendo assim, vamos fazer uma conta bem simples. Sabemos que 1 polegada é igual a 2,54 cm. Portanto, um TV de 55 polegadas ultrapassa 1,5 metro da ponta esquerda superior até a direita inferior.
Então, tudo vai depender de onde você pretende instalar o aparelho. Se sua sala é pequena, ou se a parede onde a TV vai ficar é estreita, não vai adiantar comprar um aparelho tão grande.
Mas não é só isso. Você precisa também calcular a distância que a TV vai ficar de você. Claro, porque do contrário a TV será tão grande e a distância tão curta que não será possível abarcar a tela inteira.
Para dar uma referência, os técnicos dizem que uma distância de 2 metros do aparelho deve corresponder a uma TV de 40 polegadas. A conta que eles fazem é a seguinte: 2 metros é igual a 79 polegadas, dividindo 79/2 você encontra o número ideal do tamanho da sua TV, ou seja, 39.5 polegadas.
Agora passamos para um outro assunto importante: onde instalar a minha TV. Na verdade, isso é muito pessoal, cada um vai querer instalar a TV num determinado local da casa por razões específicas da vida e do dia a dia de cada um.
Mas nós podemos dizer onde você não deve instalar o seu equipamento. Isso mesmo, tem alguns lugares que não convém colocar a sua Smart TV. Claro que aqui estamos falando apenas do aspecto técnico.
Os aparelhos de televisão, independentemente da tecnologia – que veremos mais adiante – têm pavor ao calor. A vida útil do seu aparelho pode aumentar bastante se você o deixar num lugar fresco, longe do calor e da luz do sol.
Hoje em dia isso é relativamente fácil – mais uma vez estamos falando do lado técnico da coisa – pois as TV’s contam com conexão Wi-Fi, que dispensa o uso de cabo para a maior parte de suas funções.
Vamos entrar num assunto mais técnico: qual a melhor tecnologia de tela para a minha Smart TV? Apenas para elencar as principais tecnologias disponíveis hoje no mercado, temos as seguintes: LCD, LED, Oled ou Qled. Vamos entender cada uma.
A tela de LCD é feita com cristais líquidos, com iluminação LED de fundo para “desenhar” a imagem. Isso impede que ela tenha um alto nível de contraste, ou seja, o preto nunca vai ser 100% preto na imagem. Os aparelhos que usam essa tecnologia, um pouco antiga, são os mais baratos.
A tecnologia não parou nisso, e para proporcionar uma imagem com mais definição desenvolveu o que ficou conhecido como pontos quânticos. Trata-se de “uma camada de filtro que faz uma equalização física das cores. A luz de fundo do LED tende ao azul, mas o fóton, quando bate neste filtro quântico, desvia para o vermelho e verde, melhorando a definição de cores”. Essa é a tecnologia Qled, como é chamada na Samsung, ou quantum dot na Toshiba.
Mas não para por aí. Algumas TV’s já contam com mini-LEDs, que são pontos menores de luz, direcionados de tal forma que permitem um controle ainda maior da iluminação da tela. Isso permite um contraste praticamente perfeito, e um preto que é muito próximo do preto real. Você vai encontrar essa tecnologia nas lojas com o nome de Neo Qled na Samsung, e D-LED na Toshiba e Philco.
Mas ainda devemos falar do Oled, uma tecnologia patenteada pela LG, onde os pixels são orgânicos e se auto iluminam. A qualidade de imagem dessas telas é simplesmente impressionante. Os pontos escuros do vídeo podem chegar a se apagar completamente, gerando o contraste perfeito. Além de serem as mais caras, essas TV’s ainda têm um outro problema: são mais susceptíveis ao chamado “burn-in”, quando o monitor fica permanentemente marcado pela longa exposição de uma mesma imagem.
Você deve estar se perguntando o que é, então, o HD, Full HD, 4K ou 8K. Na verdade, essas características dizem respeito à quantidade de pixels dentro de uma determinada área, e não a tecnologia da tela em si mesma.
Quanto maior a quantidade de pixels, maior também a resolução, ou nitidez, da imagem apresentada. Assim, a quantidade de pixels de cada uma dessas categorias é a seguinte:
Mas não adiante você ter uma tela de 8K, se o conteúdo que é transmitido não dispõe de uma qualidade compatível. Por isso, vamos listar a seguir o tipo de conteúdo que você provavelmente vai encontrar hoje no Brasil:
Por isso que muitas marcas, sabendo que você assiste vídeos em diferentes resoluções, usam o sistema de “upscalling”, que nada mais é do que melhorar a imagem de baixa qualidade via software. Para isso, os equipamentos contam com um processador.
Esse é o motivo de você ver imagens de TV aberta tão espetaculares nos aparelhos em exibição nas lojas, estão sendo processadas com uso de inteligência artificial para deixar a imagem melhor.
Resumindo: se você for fazer um uso convencional do aparelho, como assistir jornal ou novela, a resolução Full HD está de bom tamanho. Mas se além disso vai ter uso para jogos de videogame, a 4K é mais indicada, sem falar que a qualidade da transmissão das emissoras tende a melhorar com o passar do tempo. A 8K só vale a pena se você realmente for muito fanático e tiver conteúdo específico para assistir.
Por fim, devemos ainda abordar uma última característica que também é muito importante na escolha de uma Smart TV: o sistema de som, as entradas e portas do equipamento.
Atualmente, embora as TV’s contem com conexão Wi-Fi, como mencionamos acima, ainda precisamos de diversos tipos de entradas e portas para diversos tipos de aparelhos, como videogames, home theater, sticker, TV a Cabo, Blu-Ray, entre outros.
É verdade que boa parte desses aparelhos utiliza a mesma porta HDMI, então é um problema a menos. Mas você precisa se atentar à quantidade de equipamentos que você utiliza ao mesmo tempo, e se a TV tem portas HDMI suficientes para todos eles.
Ou se você é daqueles que não gosta de ficar trocando cabos a todo momento, precisa escolher um modelo que tenha a quantidade mínima para você deixar conectado tudo que deseja. Contudo, existem adaptadores para aumentar o número de portas, também pode ser uma boa solução.
Quanto ao sistema de som, devemos dizer que os aparelhos disponíveis hoje no mercado “dão para o gasto”. Mas se você quer um som de alta performance, vai precisar de um equipamento adicional, como caixa de som ou soundbars.
Se você gosta de jogar até tarde da noite ou madrugada a dentro, é interessante verificar se a TV conta com tecnologia Bluetooth, assim você pode utilizar fones de ouvido sem fio e ainda assim não acordar ninguém dentro de casa.
Alguns modelos mais recentes de Smart TV da Samsung e da LG contam com duas conexões via Bluetooth, o que é perfeito se você quer jogar com outra pessoa. Cada uma conecta seu próprio fone sem conflito no aparelho.
Essas são algumas coisas que você deve levar em conta quando for escolher sua próxima Smart TV. Como é possível perceber, tudo vai depender do uso que você pretende fazer e das expectativas que você tem do aparelho.