O The Washington Post noticiou hoje que a Neuralink, uma startup que desenvolve chips de interface cérebro-computador, recebeu aprovação de um conselho de revisão independente para iniciar testes de implante cerebral em humanos para fins médicos. Esses testes visam beneficiar pessoas com lesões na medula espinhal cervical ou esclerose lateral amiotrófica e terão uma duração prevista de seis anos.
A partir desta semana, a Neuralink, fundada pelo multimilionário Elon Musk, poderá iniciar o processo de recrutamento de participantes para o primeiro teste de implante cerebral. Este dispositivo visa criar uma interface cérebro-computador para pacientes com paralisia, permitindo-lhes controlar dispositivos como cursores ou teclados de computador por meio de seus pensamentos.
Embora o número exato de participantes ainda não tenha sido divulgado, as características dos candidatos já foram especificadas: eles devem ser portadores de paralisia devido a lesão da medula espinhal cervical ou esclerose lateral amiotrófica. O procedimento cirúrgico para implantar o dispositivo de interface cérebro-computador será realizado por um robô em uma área do cérebro que controla a intenção de movimento.
Inicialmente, a Neuralink havia planejado implantar o dispositivo em dez pessoas, mas devido a preocupações de segurança levantadas pela Administração de Medicamentos e Alimentos (FDA) dos Estados Unidos, a empresa estava negociando um número menor. No entanto, não há informações disponíveis sobre quantos pacientes a FDA aprovou ou quando e onde o ensaio clínico será realizado.
Especialistas acreditam que, se o implante cerebral se mostrar seguro para uso humano, levará mais de uma década para a empresa obter a autorização de venda. No ano passado, a FDA havia negado o pedido da Neuralink para acelerar os testes em humanos, mas em maio, acabou concedendo autorização para o primeiro ensaio clínico.
A Neuralink enfrentou escrutínio federal anteriormente devido a preocupações com o tratamento de animais em testes. Ex-funcionários relataram casos de sofrimento desnecessário e problemas operacionais. Elon Musk mencionou o desejo de expandir as operações da Neuralink para realizar inserções cirúrgicas rápidas de dispositivos com chips, visando tratar doenças como obesidade, autismo, depressão e esquizofrenia.