Porque não vivemos para sempre?

Por Alan Correa 20/07/2022

Sob a ótica da ciência – abstraindo portanto de considerações religiosas e espirituais – porque os seres vivos morrem? Qual é a explicação que a ciência apresenta para explicar esse fenômeno do nascimento, desenvolvimento e declínio do ser vivo, em especial o ser humano?

O corpo humano é constituído de elementos que estão em constante mutação. Em certa fase da vida essa mudança se dá pelo desenvolvimento, e em idade mais avançada pelo declínio das funções e das células.

Esse decaimento pode acontecer de forma natural, ou seja, sem a intervenção de nada exterior ao corpo que morre, é o que chamamos de morte natural ou por velhice.

Ou pode acontecer também pela lesão – acidental ou intencional – de alguma parte vital do corpo, que leva à morte imediata ou reduz a capacidade de sobrevivência do organismo.

Faz parte da própria natureza das coisas que o ser humano caminhe para a morte. Aos poucos, as células do corpo vão se renovando cada vez mais devagar, com mais dificuldade, até que começam a morrer mais do que se reproduzir.

O organismo vai perdendo a capacidade de adaptação, as suas respostas vão ficando mais fracas, lentas e imprecisas, os tecidos e órgãos vão perdendo sua funcionalidade até que a ausência de funções de um órgão vital leve à morte do todo o organismo.

O tempo é o maior inimigo de tudo quanto é material. Com muita paciência ele é capaz de derrotar os maiores adversários, implacável e indestrutível.

Com o seu passar, todas as coisas materiais – com maior ou menor intensidade – se desgastam e deterioram. No caso dos seres vivos esse desgaste conduz à morte inevitável.

Pesquisas recentes indicam que o declínio do ser humano começa quando suas células-tronco começam a perder a vitalidade, ou seja, deixam de revitalizar tecidos vitais. Por melhores que elas sejam, em certo momento se cansam e param de trabalhar, elas se aposentam.

De acordo com os cientistas, as células-tronco possuem um limite de multiplicação, elas são capazes de se dividir um número determinado de vezes, e é isso que dá limites à vida humana. 

O grande desafio é “driblar” o sistema e repor o estoque de células-tronco à medida que as “originais” vão de desgastando. Mas até agora a ciência não conseguiu fazer isso.